Abertas as inscrições da antologia Muruwakã 2025 para autores de toda a Amazônia

A literatura amazônida ganha novos contornos e vozes em 2025 com a abertura das inscrições para a antologia Muruwakã, promovida pela editora independente O Zezeu. A partir desta sexta-feira, 25, escritores e escritoras de todos os estados da Amazônia Legal Brasileira — Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso — podem inscrever suas obras em prosa ou verso para compor a nova coletânea.

Depois do sucesso da edição de estreia em 2024, que reuniu 65 poetas do Amapá e prestou tributo ao ícone da poesia Joãozinho Gomes, a Muruwakã 2025 amplia seus horizontes geográficos e temáticos. A coletânea deste ano presta homenagem à escritora amapaense Esmeraldina dos Santos, uma das grandes vozes literárias da região, cuja obra é marcada pelo compromisso com as questões ambientais e a valorização das raízes afrodescendentes na Amazônia.

O nome da antologia, Muruwakã — que em línguas indígenas remete à ideia de encantamento, espiritualidade e poesia — simboliza a missão do projeto: comemorar a diversidade, a resistência e a potência criativa do Norte do Brasil. Em 2025, a coletânea se alinha também aos debates globais mais urgentes, trazendo como fio condutor as temáticas da COP-30, que será realizada em Belém: preservação das florestas e da biodiversidade, justiça climática, impactos sociais e adaptação às mudanças climáticas.

"A Muruwakã é uma resposta poética e política ao nosso tempo. Queremos mostrar que a Amazônia não é apenas um território de recursos, mas um território de vozes", afirma a curadora da editora O Zezeu, Lulih Rojanski.

As inscrições vão até 31 de maio e podem ser feitas através do site oficial da editora ozezeu.com/editora. A previsão de lançamento da antologia é para a primeira semana de agosto, em um evento que promete reunir autores, ativistas, leitores e lideranças culturais da região amazônica. E em novembro a obra será exibida na exposição literária da COP-30.

Muruwakã 2025 se propõe a ser um manifesto vivo da Amazônia contada por quem a sente, a vive e a escreve. Um convite à escuta profunda da floresta e de seus muitos narradores.