Na época do Natal, memórias quentes e carinhosas voltam à tona. Nossos filhinhos, agora adultos, recordam com carinho e saudade os tempos de infância, quando nossa casa se transformava em um cenário mágico.
Nós, os pais, armávamos uma árvore de natal na sala de casa, as vezes pequena, outras vezes bem grande, dependendo das condições financeiras, mas o certo era que nunca deixamos de ter uma.
Nossa árvore, erguida na sala, era o centro das atenções, e com a ajuda dos pequenos, a decorávamos com tudo que trouxesse alegria, que representasse festas, esperança, bonança, felicidade, na perspectiva maravilhosa da renovação do nascimento do Divino Menino Jesus em nossos corações, como presépio, Bolas coloridas, cintilantes, enfeites brilhantes e esparramávamos Jogos de luzes pisca-pisca por tudo quanto é canto.
Ornávamos também as plantas, e roseiras de nosso jardim, na fachada de casa, no pátio, enfim, em todo lugar que se podia imaginar tinha pisca-pisca, criando um clima encantado.
Eram tempos difíceis, mas o amor nunca faltou, era incondicional.
Em uma época de dificuldades, nosso amor e desvelo por nossos filhos, além da criatividade superavam obstáculos. Juntávamos nossos parcos recursos, economizávamos um pouco daqui, mais um pouco dali, durante o ano todo, e quando chegava a época de natal, a gente se desdobrava mais ainda, para garantir aos nossos filhinhos um lindo natal, nos esforçávamos para oferecer um Natal inesquecível.
Hoje compreendo que a verdadeira essência do Natal que antes planejávamos com tanta antecedência e cuidados, está estampado em nossas vidas, pois a árvore de natal representava a minha esposa e eu, apenas uma simples árvore, sem enfeites, sem luzes, sem nada, apenas trabalho para garantir o sustento diário da família, mas a árvore necessita também de cuidados, reparos e enfeites simbolizados por nossos filhos e netos que alegravam e alegram a nossa existência e continuam nos dando forças para enfrentarmos os percalços da vida.
Juntos, criávamos, transbordando de harmonia, paz, união e principalmente muito amor, uma obra prima inigualável, uma CANTATA NATALINA CHAMADA FAMÍLIA.
Hoje, meus filhos adultos, ainda lembram aqueles momentos com carinho. Aprendemos que o verdadeiro presente não é o que o dinheiro pode comprar, pois é o amor, e que a família é o maior tesouro, presente dado por Deus e se é presente, não se comprou e que a criatividade supera toas as adversidades.
Aqueles Natais simples, mas cheios de amor, permanecem gravados em nossos corações como um testemunho da força da família.
Que o Menino Jesus permaneça sempre vivo em nossos corações.
José Fernandes é advogado e jornalista.
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