O sulista, lista do Nordeste para cima, de nortista o povo que povoa por precisão, religião e com dedicação, toda aquela região, levando uma vida de privação, aflição, permanecendo nela por amor, paixão ao seu torrão.
GONZAGA BRASA MORA, mora no alto sertão, sem um furado tostão, alimentação, em plena solidão, depende sua sina da graça Divina, nunca esmorece, desvanece.
Cresce rústico, só músculo, feito arbusto, justo de caatinga, vegetação sem padrão, durão, serrado crestado que alimenta os flagelados, o gado, não reclama, não xinga, resistente ao sol inclemente e ao frio do estio, tece a urtiga no tear, como rede para deitar.
É Gonzaga, gozador da dor, porque consagra seu labor ao humor, ri-se de si próprio para esquecer o opróbrio, de si mesmo no deserto ermo de solidão do sertão, de tudo e de todos faz graça, para não lembrar sua desgraça, implora, mas não chora, comemora a gloria de uma vindoura vitória, mas se uma lágrima, em seu rude rosto rola, a engole junto com a mágoa na esperança de novas águas.
É BRASA, e só podia ser, daquele ser, pois tudo queima, mas teima em viver, crer, permanecer sem desfalecer, o sol é inclemente na terra e na mente da gente, que sente tudo arder, sem nada poder fazer, ou dizer, para aliviar seu sofrer.
BRASA que a tudo abrasa, arrasa, secando grotão, plantação de algodão, rachando o chão, seu coração, o jeito é ter resignação, e oração ao Senhor do Sertão, Santo Forte, que o plantou no Norte, sem temer a sorte, desafia a própria morte.
Não vive, sobrevive, aonde só o forte MORA, o fraco vai embora, permanece no seu torrão do sertão, feito Cabra, animal resistente, persistente, que tudo come, como o homem, que não some debaixo da fome que o consome, embotando seu ser, fazendo-o esquecer do próprio nome, mas não desanima, se anima nas promessas do Filho do Homem.
Para o nortista, não importa a duração da seca no Sertão, sua privação, falta de alimentação, solidão, pois quando chove, promove, apenas uma gotinha, grande revolução, o verde brota do chão, feito erupção de vulcão, a vida toma conta da vegetação, da plantação, do coração da oração, e ação da resignação do persistente, insistente, Nortista idealista.
Acostumado sem vê-la, tê-la, uma gota, é tanta água, que mais parece aluvião, dá para bebe até saciar, matar a sede sua e dos demais, dos animais e plantação, tomar banho de açude, lavar até a alma, que acalma o corpo rude, encher cacimba à transbordar, salubre.
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